quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

1808 - Laurentino Gomes

No livro 1808 o leitor toma conhecimento de fatos ocorridos na história do Brasil, que elucidam questões que deveriam ser ditas nas escolas.
O autor não se posiciona de forma crítica, relata os fatos com base em pesquisas. De certa forma, é louvável a forma, já que o leitor, de acordo a sua maturidade política, poderá prescindir o que melhor lhe convier, e formar opinião dos fatos.

A monarquia portuguesa decidiu sair de Lisboa com destino à colônia, empurrada por Napoleão Bonaparte que estava decidido a invadir Portugal. Empobrecida, sem recursos financeiros e logísticos para combater Napoleão, a opção de D. João VI foi abandonar os súditos em Portugal com apoio da Inglaterra.

A frota de navios ingleses era composta por embarcações bem estruturadas e diferentes do que ocorria com a portuguesa. As embarcações portuguesas não passavam de sucatas. Por isso, e devido à forma, apressada, que saiu a corte para o Brasil, D. João IV chegou a Salvador sofrendo o “pão que o diabo amassou”.
Na Bahia, para tornar-se simpático aos brasileiros e atender acordos com a Inglaterra, decidiu abrir os portos da colônia às nações amigas.
Os países europeus estavam sendo invadidos pelo exercito do jovem general Napoleão. A Inglaterra manteve-se combatente às investidas do conquistador, logo, não é difícil concluir que ao “abrir os portos às nações amigas” D. João IV permitiu, apenas, que navios ingleses atracassem em portos brasileiros.

D. João VI foi um príncipe feio, com lábios pendentes, mãos finas, inseguro, tinha medo de caranguejos e trovoadas. O medo de caranguejo era tanto, que por recomendação média, ele devia tomar banho nas águas salgadas do Oceano Atlântico. Ao fazê-lo, usava uma piscina fabricada de madeira que era depositada nas praias do Rio de Janeiro, para evitar o contato com os crustáceos.

Para manter o elevado custo da corte, corrupta e perdulária, o monarca fez de tudo um pouco: trocava favores; ajudava a praticar genocídio com o tráfico de escravos; e recebia bens de traficante.
Enquanto recebia favores, mantinha custos elevados com a igreja, a exemplo de pagamento do valor equivalente a 14 mil reais por mês ao padre para confessar a rainha; subornava o proprietário do primeiro jornal publicado no Brasil para não divulgar notícias contrárias aos interessasses da monarquia.
Enquanto refugiado no Brasil, D. João VI contribuiu para a desordem e saques aos cofres públicos. Ao retornar a Portugal, traze anos depois, para conter movimentos da revolução liberal que surgiu na cidade do Porto, em 1920, devido o sentimento de abandono provocado pela vinda do monarca para a colônia, ele foi obrigado a concordar com as exigências das Cortes portuguesas, e jurar uma nova Constituição mesmo antes de desembarcar em Lisboa.

O autor também relata outros acontecimentos vividos por personagens famosas a exemplo de Carlota Joaquina, cuja convivência não foi nada pacífica; de Marrocos que era o responsável pala Real Biblioteca e chegou a comprar uma ama de leite negra por 179.200 reis para amamentar a segunda filha; e do movimento revolucionário tentado por Antônio Gonçalves em Pernambuco para liberar Napoleão Bonaparte da Ilha de Santa Helena, onde se encontrava preso.

O livro relata muitos outros detalhes da história brasileira que merecem ser conhecidas.

Informações sobre o autor - Laurentino Gomes é formado pela Universidade Federal do Paraná, com cursos de especialização nas Universidades de São Paulo, Cambridge, na Inglaterra, e Vanderbilt nos estados Unidos.

2 comentários:

  1. Nao sei como foi conseguido, sintese tao resumida, do conteudo tao extenso e abrangente, permecendo a fidelidade de toda estrutura do livro.Assim tudo foi dito em poucas palavras sem perder o conteudo. Parabens pelo resumo.
    Rio,16/08/2009 celso novaes

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