segunda-feira, 5 de abril de 2010

O menino de pijama listrado – John Bonye

A história de ficção é baseada nos horrores do Holocausto, contada por um garoto alemão, cujo pai, foi designado por Hitler, para comandar o campo de concentração de Auschwitz.

Bruno, o protagonista da história, tinha nove anos quando foi obrigado a abandonar, em Berlin, os amigos Karl, Daniel, e Martin, além da avó Nathali e o avô Matthias, e, acompanhar o pai, que havia sido designado para comandar o campo de concentração de Auschwitz, que o autor apelidou de Haja-Vista.

Desde que Bruno chegou a Haja-Vista, detestou a casa e o lugar, não só pelo que tinha deixado para traz, mas, também por ser um lugar sem vida, sem amigos e sem escola. Não bastassem estas condições, a única pessoa que se aproximava de sua idade era a sua irmã Gretel, porém, os dois, competiam entre si em todas as situações.
O fato do escritório de Ralf, pai de Bruno, ser na própria residência, fazia com que o entra e sai de soldados na casa se tronasse constante. Esta situação despertava a curiosidade do garoto, até porque não lhe era permitido adentrar ao escritório, tampouco acompanhar os diálogos lá ocorridos. Não bastasse o impedimento, nas reuniões sociais, tanto ele como a irmã Gretel, recebiam a recomendação para se recolherem aos seus quartos.

O habito de ler histórias de aventuras, despertou, em Bruno, o interesse por descobertas de lugares e coisas desconhecidas. Na casa em Berlin ele tinha muitos lugares para explorá-la, contudo, em Haja-Vista, após ter descoberto, através da janela do seu quarto, pessoas, além da cerca, usando o que ele chamou de pijama listrada, resolveu contornar a cerca do campo de concentração, sem saber exatamente o que se tratava, e terminou fazendo contato com Shumel, um garoto judeu que tinha a sua idade e nascido no mesmo dia que ele.
Após a conversa com Shumel, o qual se tornou seu melhor e único amigo em Haja-Vista, as visitas se tornaram diárias, oportunidade que Bruno lhe brindava com merendas levadas nos bolsos da calça.
Os diálogos entre Shumel e Bruno eram recheados de cordialidades, apesar de eventualmente, haver citações sobre a grandiosidade do povo alemão em detrimento aos judeus. Situação, contornada habilmente pelo garoto judeu, já que tinha, em Bruno, a alternativa de reforçar a fraca dieta do campo de concentração. Para Bruno, o interesse era dialogar com alguém disposto a ouvi-lo, já que em sua família, poucos estavam atentos à sua necessidade, a não ser Maria, a empregada, e Pavel, o médico idoso, encarregado de descascar verduras.

É sabido que na Alemanha, na época da grande guerra, formam cometidas muitas atrocidades contra judeus, contudo, o povo não se rebelava contra a prática dos crimes, não se sabe se por temor aos castigos do exército que servia a Hitler, ou por conforto do discurso equivocado de ser um povo de casta superior aos demais humanos.
Bruno se contradizia: em algumas situações ele se colocava como defensor dos oprimidos, em outras, se incluía entre os que se julgavam superiores. Ao que parece, o protagonista adsorveu diálogos de desaprovação de atitudes entre sua avó e seu pai, que influenciaram no conflito dos conceitos.
Certa vez, em uma reunião familiar, Nathali, avó de Bruno, disse ao filho, ao vê-lo com um uniforme novo, após a sua promoção: “Eu me pergunto – será que foi nisso que eu errei com você Ralf. Imagino se todas aquelas performances que eu exigir de você o levaram a isso. Fantasiar-se de fantoche. Você fica aí no seu uniforme como se isso o tornasse alguém especial. Nem se importa com o seu verdadeiro significado. O que ele representa.”

Ao ser informado, pelo pai, que voltaria para Berlin, juntamente com a sua irmã e sua mãe, Bruno, que já havia se adaptado a Haja-Vista, decidiu de comum acordo com o amigo Shumel, entrar no campo de concentração e ajudá-lo a localizar o pai, do garoto judeu, que havia sumido. Esta foi uma aventura idealizada por Bruno, devido às leituras habituais sobre explorações, relatadas nos livros que gostava de ler.
O fato trouxe uma grande e tenebrosa surpresa, que para entendê-la, o leitor precisará conhecer um pouco das práticas no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia.

O texto é escrito na forma direta e simples, recheado de diálogos ingênuos e comportamentos infantis de adolescentes. Oferece a oportunidade de visão do holocausto a partir de uma criança alemã, componente de uma família, cujo pai, era envolvido nos crimes de guerra. 

Informações sobre o autor - Nasceu na Irlanda em 1971, e é autor de mais sete romances. Os livros do autor foram traduzidos para mais de trinta idiomas.  

Referência bibliográfica
Boyne, John
O menino de pijama listrado: uma fábula / John Boyne; tradução de Augusto Pacheco Calli - São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
186p.
ISBN 978-85-359-1112-1
1. Amizade - Ficção 2. Berlim (Alemanha) - Ficção 3. Ficção irlandesa 4. Jovens - Ficção I.Título.

2 comentários:

  1. Os terrores de um assunto ainda tão sensível através dos olhos de duas crianças.
    Esse livro é incrível, já indiquei para várias amigas, que também amaram!

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  2. ja li este livro e amei e uma historia muito bonita e interessante...........indico pra todos....

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