sábado, 30 de abril de 2011

O retrato de Dorian Gray – Oscar Wilde

No século dezenove, um rapaz da alta sociedade inglesa teve o seu retrato pintado por um artista que considerava a obra sua mais importante criação. Ao deparar-se com o retrato, o jovem Dorian Gray encantou-se com a própria beleza e o pintor Basil Hallward e o nobre Henry Wotton encarregaram-se de instigar o seu ego.
Dorian declara: “Que coisa profundamente triste (...) eu ficarei velho, aniquilado, hediondo!... Esta pintura continuará sempre fresca. Nunca será vista mais velha do que hoje, neste dia de junho... Ah! Se fosse possível mudar os destinos; se fosse eu quem devesse conservar-me novo e se essa pintura pudesse envelhecer! Por isso eu daria tudo!... Não há no mundo que eu não desse... Até minha alma!...”

Convicto do que disse, Dorian Gray pactuou com o diabo e manteve-se jovem e belo enquanto o seu retrato envelhecia. Basil Hallward apaixonou-se pelo jovem e disputou com o amigo Henry Wotton a atenção sua atenção.
A beleza do protagonista encantava a todos e lhe permitia usufruir de privilégios a ponto de manter vários e extravagantes relacionamentos amorosos. Certa noite, convidado por um empresário de segunda categoria, adentrou em um teatro e se deparou com Sibyl Vane, pobre e desconhecida atriz, pela qual terminou se apaixonando.  Decidido a casar-se com ela, convidou os amigos Basil e Henry para vê-la representar e, surpreendentemente, após a sua péssima participação na peça, veio o desapontamento que resultou no rompimento da relação. Em seguida, ocorreu um episódio que interferiu na vida do egocêntrico protagonista.

Enquanto o misterioso retrato envelhecia, em consequência do pacto feito com o demônio, o excêntrico protagonista permanecia jovem e levava a vida desregrada a ponto de aniquilar com o autor da obra e romper com o nobre Henry Wotton.

Oscar Wilde, chamar a atenção para os enganos sociais que enaltece os valores estéticos em detrimento da moral e da ética. Mostra, com sutileza, a natureza como ela é ao findar o texto com a seguinte frase: “No assoalho, jazia um homem morto, trajado a rigor com um punhal no coração!... Seu semblante estava macerado, enrugado e repelente!... Somente pelos anéis, conseguiriam reconhecer quem era...”  

O texto publicado em 1890, na Inglaterra, permanece atual e rico de ensinamentos. O único romance de Oscar Wilde não foi bem recebido, à época, devido às insinuações homossexuais. Este fato o levou à prisão. O rígido e insalubre sistema carcerário consumiu a sua saúde e, após três anos da sua soltura, veio a falecer. 

Informações sobre o autor – Oscar Fringall O’Flahertie Wilde, destacou-se desde a infância pelo seu brilhantismo e pelo comportamento excêntrico. Aos vinte anos, foi estudar na Inglaterra, onde ficou conhecido pela intensa e extravagante atividade social. Sua literatura propunha uma renovação de valores e comportamentos. Escreveu diversas peças de teatro, entre elas Salomé (1891), Uma mulher sem importância (1893), A importância de ser prudente (18895). O retrato de Dorian Gray é o seu único romance e sua obra mais conhecida.

Referência bibliográfica
Wilde, Oscar, 1854 - 1900
O retrato de Dorian Gray / Wilde, Oscar 1854 – 1900.
252p.
Tradução de: João do Rio – São Paulo: Hedra ; 2009 Biografia.
ISBN  85-7715-011-9
Literatura inglesa. I. Ficção


R

2 comentários:

  1. Não podia deixar de comentar essa obra que é rica em detalhes.
    Oscar Wilde e sua finesse em descrever com tanta maestria cada cena que nos remete a aromas, cores e sabores... parece que a qualquer momento vamos nos deparar com seus encontros com Lorde Henry Wotton ou Basil...
    Uma obra inesquecível.
    Adorei seu espaço.
    Deixo um abraço

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  2. Livro maravilhoso, inesquecível!!
    Esse blog é muuuito bom!!

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