Um reboliço foi criado na vida do casal ao ser informado, pelo médico, que o filho Felipe era portador de trissomia do cromossomo 21. Este fato indicava alterações genéticas que influenciaram no fenótipo, no comportamento, na saúde e na expectativa de vida do bebê.
O filho eterno, narrado por Cristovão Tezza, mostra o conflito mental de um pai, despreparado e inseguro, incapaz para compartilhar da vida de um filho que adquiriu uma herança genética que o remeteu a comportamentos díspares da maioria dos indivíduos.
A insegurança para enfrentar uma sociedade preconceituosa, despreparada e não adaptada para atender às necessidades dos diferentes, mudou o plano de vida do pai. Em alguns momentos preferia negar a realidade, em outros compartilhava do arrastado desenvolvimento do filho.
O autor revela os sentimentos dos transtornos causados quando do nascimento do filho, por ocupar os espaços de seus relacionamentos, por drenar as suas economias, instaurar a insegurança e afastar o pai da mãe, sem criar nenhuma expectativa compensatória: “E no caso dele, ele pensa – e quando pensa acende outro cigarro -, a troco de nada. Para dizer as coisas claramente, esta criança não lhe dará nada em troca. Sequer aquele prazer mesquinho, mas razoável, de mostrá-lo aos outros como um troféu (...)”
Em outros momentos aparece o relato de possível compensação na relação com o filho: “Ainda não existe um filho na sua vida; existe só um problema a ser resolvido, e agora lhe deram um mapa interessantíssimo, quase um manual de instruções. Por trás desse pequeno milagre, começa a aparecer um detalhe sutil sobre o qual ele não pensou ainda: motivação.”
O audacioso romance revela sentimentos e conflitos de uma pessoa despreparada para assumir as vicissitudes da vida, a insegurança de enfrentar o desconhecido e trilhar por caminhos difíceis. Revela, ainda, a necessidade de continuar na labuta, aprendendo a renovar as energias para o próximo momento, sem esperança de mudanças significativas. Motivar-se em busca do pouco, do quase nada, da aceitação do diferente ao qual lhe foi doado sua carga genética, na esperança, mesmo que remota, de que um dia a ciência possa mudar o que a natureza não contribuiu para a normalidade.
O texto desperta para a dificuldade de pais que convivem com filhos detentores de doenças congênitas e mostra a necessidade do entendimento da problemática que grande parte da sociedade insiste ignorar.
Informações sobre o autor – Cristovão Tezza nasceu em Lages, Santa Catarina. É considerado um dos mais importantes autores brasileiros contemporâneos, é também colunista do jornal Folha de São Paulo e cronista da Gazeta do Povo, de Curitiba. Publicou, entre outros, os romances Trapo, O fantasma da infância, Aventuras provisórias, Breve espaço entre cor e sombra.
O filho eterno, narrado por Cristovão Tezza, mostra o conflito mental de um pai, despreparado e inseguro, incapaz para compartilhar da vida de um filho que adquiriu uma herança genética que o remeteu a comportamentos díspares da maioria dos indivíduos.
A insegurança para enfrentar uma sociedade preconceituosa, despreparada e não adaptada para atender às necessidades dos diferentes, mudou o plano de vida do pai. Em alguns momentos preferia negar a realidade, em outros compartilhava do arrastado desenvolvimento do filho.
O autor revela os sentimentos dos transtornos causados quando do nascimento do filho, por ocupar os espaços de seus relacionamentos, por drenar as suas economias, instaurar a insegurança e afastar o pai da mãe, sem criar nenhuma expectativa compensatória: “E no caso dele, ele pensa – e quando pensa acende outro cigarro -, a troco de nada. Para dizer as coisas claramente, esta criança não lhe dará nada em troca. Sequer aquele prazer mesquinho, mas razoável, de mostrá-lo aos outros como um troféu (...)”
Em outros momentos aparece o relato de possível compensação na relação com o filho: “Ainda não existe um filho na sua vida; existe só um problema a ser resolvido, e agora lhe deram um mapa interessantíssimo, quase um manual de instruções. Por trás desse pequeno milagre, começa a aparecer um detalhe sutil sobre o qual ele não pensou ainda: motivação.”
O audacioso romance revela sentimentos e conflitos de uma pessoa despreparada para assumir as vicissitudes da vida, a insegurança de enfrentar o desconhecido e trilhar por caminhos difíceis. Revela, ainda, a necessidade de continuar na labuta, aprendendo a renovar as energias para o próximo momento, sem esperança de mudanças significativas. Motivar-se em busca do pouco, do quase nada, da aceitação do diferente ao qual lhe foi doado sua carga genética, na esperança, mesmo que remota, de que um dia a ciência possa mudar o que a natureza não contribuiu para a normalidade.
O texto desperta para a dificuldade de pais que convivem com filhos detentores de doenças congênitas e mostra a necessidade do entendimento da problemática que grande parte da sociedade insiste ignorar.
Informações sobre o autor – Cristovão Tezza nasceu em Lages, Santa Catarina. É considerado um dos mais importantes autores brasileiros contemporâneos, é também colunista do jornal Folha de São Paulo e cronista da Gazeta do Povo, de Curitiba. Publicou, entre outros, os romances Trapo, O fantasma da infância, Aventuras provisórias, Breve espaço entre cor e sombra.
Referência bibliográfica
Tezza, Cristovão, 1952 -
O filho eterno / Cristovão Tezza – Rio de Janeiro: Record, 2010.
222p.
ISBN 978-85-01-07788-2
1. Romance brasileiro - I. Título
R
Muito bom esse livro!
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